Quando, em
1905, Ricardo Severo investigou o cemitério lusitano-romano de Vila Verde,
encontrou numa das sepulturas um prato com dezasseis moedas. Quinze delas eram
do tempo do imperador Constantino, uma um pouco mais antiga.
No artigo
saído no número 2 da Portugália em
que estuda o “Cemitério de Vila Verde”, não vêm fotografias destas moedas,
apenas a indicação do responsável pelas suas cunhagens e a data aproximada da
sua emissão.
Na Internet
há sites muito especializados de numismática em geral e de numismática romana
em particular. É assim possível procurar lá imagens das moedas encontradas em
1905.
Entre as
quinze, conta-se uma de Fl Helena Augusta,
a mãe do imperador, que a Igreja venera como Santa Helena.
Santa Helena
viveu entre 250 e 330. A moeda de Vila Verde foi colocada na sepultura com
certeza já em data próxima do fim da vida dela.
A utilização
de moedas na inumação dum cadáver não é cristã. Aliás, em nenhuma estação
arqueológica das redondezas (Cividade, Castros de Argifonso e de Penices) ocorreram, que
saibamos, achados que indiciassem presença da fé cristã. Mas esta moeda envia
para um momento em que o cristianismo já devia ser bastante conhecido nas redondezas
e as populações em breve iriam abraçá-lo.
Moeda de Santa Helena (Fl Helena Augusta, na face da esquerda), sem dúvida
semelhante à que foi achada em Vila Verde, Bagunte, e que envia para um período
em que o cristianismo ainda não seria muito aceite na região, ao contrário do
que iria acontecer em tempos próximos.
Moeda de Constantino, o imperador que deu liberdade de acção
ao Cristianismo (na face da esquerda, Imp Constantinus Aug).