quinta-feira, 11 de junho de 2015

As moedas romanas de Vila Verde


Quando, em 1905, Ricardo Severo investigou o cemitério lusitano-romano de Vila Verde, encontrou numa das sepulturas um prato com dezasseis moedas. Quinze delas eram do tempo do imperador Constantino, uma um pouco mais antiga.
No artigo saído no número 2 da Portugália em que estuda o “Cemitério de Vila Verde”, não vêm fotografias destas moedas, apenas a indicação do responsável pelas suas cunhagens e a data aproximada da sua emissão.
Na Internet há sites muito especializados de numismática em geral e de numismática romana em particular. É assim possível procurar lá imagens das moedas encontradas em 1905.
Entre as quinze, conta-se uma de Fl Helena Augusta, a mãe do imperador, que a Igreja venera como Santa Helena.
Santa Helena viveu entre 250 e 330. A moeda de Vila Verde foi colocada na sepultura com certeza já em data próxima do fim da vida dela.
A utilização de moedas na inumação dum cadáver não é cristã. Aliás, em nenhuma estação arqueológica das redondezas (Cividade, Castros de Argifonso e de Penices) ocorreram, que saibamos, achados que indiciassem presença da fé cristã. Mas esta moeda envia para um momento em que o cristianismo já devia ser bastante conhecido nas redondezas e as populações em breve iriam abraçá-lo.
Moeda de Santa Helena (Fl Helena Augusta, na face da esquerda), sem dúvida semelhante à que foi achada em Vila Verde, Bagunte, e que envia para um período em que o cristianismo ainda não seria muito aceite na região, ao contrário do que iria acontecer em tempos próximos.

Moeda de Constantino, o imperador que deu liberdade de acção ao Cristianismo (na face da esquerda, Imp Constantinus Aug).